Andorinha da Primavera

 

Voa andorinha chegou a Primavera.

Cantando o delírio da vida em luz e cor.

Teu elegante voar há muito se espera,

tua vinda anuncia a estação do amor.

 

De negro te vestes, mas branco é teu peito;

Ilustra a pureza que em nós deve existir.

Quando dolente te aconchegas num leito

e choro eu… porque breve irás partir.

 

Faz com alegria e esmero o teu ninho.

Faz a pousada no beiral do meu telhado.

Faz em mim  doce Primavera de carinho.

 

Porque andorinha és belo ser alado.

Porque como um anjo, chegas de mansinho.

Porque por todos nós… és um ser muito amado.

 

 

António Zumaia

 

(Soneto Alexandrino)

Do Trovador

Tu mulher…

 

Porque és mulher eu quero compor;

Um poema que fale das flores…

Que me dê… um lírico amor,

que afaste de nós, todas as dores.

 

Por isso aos deuses vou suplicar,

o mais belo campo de açucenas…

Nele querida mulher, vou-te amar,

nessas luas brancas e serenas.

 

Sem espinhos serás bela rosa;

O meu coração o teu alimento.

Passeias serena e formosa,

neste jardim a teu contento…

 

Quero-te mulher bem ditosa,

repara… de ti estou sedento.

O teu perfume e pele sedosa,

foi na saudade… o meu lamento.

 

Vem mulher, corre por essa rua…

Quero-te em mim feliz e contente,

perfumando-me na pele nua,

em prova de um grande amor… que sente.

 

 

António Zumaia

 

 

Andorinha da liberdade

Andorinha da liberdade
 
 
Voa andorinha nos espaços perdidos.
Abre as asas negras no teu doce voar.
Vê que os poetas já te olham rendidos;
O teu bailado elegante… é sonhar!
 
Desfruta nesse céu a tua liberdade;
Olha a loucura que existe nesta terra.
O homem anda perdido; É a verdade!
Não vê a verdade, que o teu voo encerra.
 
És canto de liberdade, ó negra andorinha.
Escreves no céu mensagem de alegria.
És dos espaços livres a deusa e rainha;
O pobre poeta nem te vê… Mas devia!
 
Chama o poeta para voar contigo,
no palco da vida a tua divina dança.
Nunca o deixes só… Pois é duro castigo
e no seu poema… a rima não alcança.
 
Na suave dança desafia o poeta,
ensina-o a sentir esse teu voar…
Ele nunca precisará de ser profeta,
para saber, que a vida os vai juntar.
 
 
António Zumaia
 
Estoril – Portugal
20 de Maio de 2011
 

FELIZ PÁSCOA

FELIZ PÁSCOA a todos os meus leitores e amigos, que o NOSSO DEUS faça descer sobre vós a alegria, a saúde e a Paz.
 
 
 
PÁSCOA
 
Pequei SENHOR mas eu te peço, perdoai…
O TEU sofrimento, na ignomínia da CRUZ;
Mas foi nesse grito de agonia ao PAI,
que a todos nós perdoaste e nos deste a LUZ.
 
Mas SENHOR! Porque criaste o sofrimento?
Que não poupa os culpados e inocentes;
Perdoa SENHOR libertar este lamento,
mas castigas, os que são ateus… e os tementes.
 
Celebramos a PÁSCOA DA RESSURREIÇÂO;
Já contritos dos pecados que cometemos.
TEU sofrimento, morte e glorificação…
Nestes dias que em jejum… nós o vivemos.
 
Sangra o coração, do homem que é crente,
vendo no TEU sofrimento, a nossa LUZ.
Por isso o homem reza e é penitente
e na CRUZ… vê o seu amor… Que é JESUS
 
António Zumaia
 

Ode à saudade

Ode à saudade
 
Lançou no vento lancinante grito,
ecoou célere nos alcantis…
Os deuses fizeram-no um proscrito,
quedando triste entre os senis.
 
Soltou de si a alma do guerreiro,
deu à vida um sentido e verdade
e foi na amurada de um veleiro,
que então se inventou a saudade.
 
A fúria dos deuses se viu no mar,
cerceando em borrasca e dor;
A mais bela arte de marear,
nessa estrada liquida, seu amor.
 
Fero e forte avançou destemido…
Mas no cais havia choro e amor,
a sua vida já tinha partido,
restava o triste fado e a dor.
 
E foi assim que sua dor cantando,
junto ao Tejo, em lágrimas de tristeza,
que o seu fado… era estar orando!
Por esta dor que é bem portuguesa,
a separação foi realidade
e nos deu… o fado e a saudade.
 
António Zumaia
 
Estoril – Portugal
30 de Julho de 2010

O Trovador

 
 
 

 
  

 
 
 

O Trovador
António Zumaia
  
Só existe um trovador,
se ele pode cantar,
uma trova ao amor.
Da mulher que sente amar.
  
Canta beleza, desdita…
Canta o sonho de um dia.
Do amor que acredita,
ou da mulher que porfia.
 
Pois que cante o trovador,
a vida assim necessita;
Que se cante o amor
e tudo que se acredita…
  
Sines Portugal
 
  
 

 

 

O fim da andorinha António Zumaia

 
 
 

 

O fim da andorinha.
António Zumaia
 
Voas alegre andorinha,
desprezando o mísero chão;
Nem sempre serás rainha,
do seu pobre coração.
 
Esse chão que tu desprezas;
Que te acolhe e te ama…
Nesse céu em que tu rezas,
nunca será tua cama.
 
Vais perder o teu voar,
a terra vai acolher-te.
É assim que a cantar,
o Trovador vai perder-te.
 
Mau fado é esta vida;
Criada para voar…
Na sua mão és querida,
mas nunca podes ficar.
 
A poesia é destino,
desse pobre trovador.
Olha os céus… É divino!
Esse teu voo de amor.
 
Ao perderes teu voar,
o triste destino teu;
Nas suas mãos acabar,
nas trovas que ele teceu.
 
Sines – Portugal

 
 
 

O Trovador e a Vida. António Zumaia

 
 
 

  
 O trovador e a vida…
António Zumaia
 
Ser poeta, eu não sou;
Mas apenas trovador.
Se alguém por mim chamou,
foi pelas trovas de amor.
 
Do amor que já cantei,
versos plantados no vento;
Foram rosas que plantei
e se foram sem lamento.
 
Sou um pobre trovador…
Já sem voz para as cantar.
Foi-se no vento o amor
e as rimas perdi no mar.
 
Mas sem razão para viver;
Ser poeta, eu não sou…
As trovas eu vou esquecer,
fica o homem que amou.
 
Sines – Portugal
26/01/2008