MORREU A ANDORINHA

 
Morreu a andorinha…
António Zumaia
 
Andorinha tu perdeste,
essa graça de voar;
A um beiral te rendeste,
será triste… o acabar.
 
Um dia terás lamento,
com triste rumo perdido;
Virás ao sabor do vento,
num qualquer beiral esquecido.
 
Esquece o trovador,
que te quis modificar;
Abriu-te  portas para o amor,

mas não te pode enganar…
Andorinha és como a flor,
dás-te mesmo sem amar…
 
Voa nas mãos de um qualquer,
pois és livre… e mulher.
Como a mulher… se perdeu,
pobre andorinha… morreu!

POBRE TROVADOR

 
Da andorinha…
Pobre trovador…
António Zumaia
 
Se o meu vôo é elegante.
voltar sempre
… é saudade.
Mas para mim é uma constante,
ter a minha liberdade…
 
Teus poemas são a vida,
quase o meu alimento…
Ser andorinha querida
e viver… sem sofrimento.
 
Foi o fado que escolhi;
No teu fado vou viver,
teus carinhos eu senti,
nunca os irei esquecer…
 
Canta pois meu trovador,
deixa minha liberdade…
Faz os poemas de amor,
para eu sentir… a saudade.
 

VÊ ANDORINHA

 
Vê andorinha…
António Zumaia
Olha as flores do meu país,
minha andorinha querida…
És o amor que sempre quis,
mas não serás… minha vida.
 
Desfruta as flores andorinha
e o vinho do meu país…
Voa nos céus já sozinha,
lendo o poema que fiz.
 
Nesse teu voar distante,
chora o teu trovador…
A dor é uma constante,
desse voar sem amor…
 
A primavera chegou
e já nos céus há a festa…
O teu vôo já me encantou,
ao partires… é o que me resta.
 
Olho os céus sem alegria,
não te vejo em nenhum lado.
Minha andorinha esquecia,
que é esse o meu triste fado…
 
 
 

PÁRA… ANDORINHA

 
Pára… andorinha.
António Zumaia

Pobre andorinha que voa,
nas suas horas perdidas…
Planando na vida à toa,  
curando suas feridas.
 
Na alegria de voar,
cantas a vida para mim;
Pena que vais acabar,
nessas flores do meu jardim.
 
Do céu azul és amante,
no teu vôo de alegria…
És um belo diamante,
que nesta vida luzia…
 
Olha o ninho que te espera,
ama o teu companheiro;
Que no ninho desespera,
do teu voar altaneiro…
 
Não o faças mais sofrer;
Pára o teu vôo à toa…
Esse pobre quer viver,
num telhado de Lisboa.

ESQUECE ANDORINHA

 
Esquece andorinha…
António Zumaia
 
O teu fado a tua sina,
o vais esquecer andorinha…
O futuro te destina,
para sempre… voar sozinha.
 
Vais ser fado e menina,
nesse teu voar á toa…
Serás o fado a trinar,
numa voz da Madragoa.
 
Xale negro… linda voz,
trinados que nos encantam;
O destino nos quer sós,
nesses fados, que nos cantam.
 
Será vida esse fado,
amar sem te conhecer;
Querer estar a teu lado
e no teu vôo … viver.
 
Mas esquece ó andorinha;
Asas negras tu me dás.
Mas nunca… tu serás minha,
nem reter-te…sou capaz.
 
Voa livre e ligeira,
nesse vôo de esquecer…
Porque de qualquer maneira,
comigo não vais viver.
 
É fado do trovador,
ver o teu lindo voar…
Olhar-te com muito amor,
sem te poder apanhar.
 
 
 
 

VEM ANDORINHA

Vem andorinha…
António Zumaia
Tuas asas abre e voa,
nesses caminhos vem louca,
eu espero-te em Lisboa…
Minha voz ficando rouca,
 
de tanto gritar por ti…
Já me dói o coração;
Pois o dia que vivi,
desvanece em ilusão.
 
Esta saudade a doer,
dum chilreio de alegria…
Asas negras… meu viver,
essa andorinha… queria.
 
Vem querida andorinha,
és anseio e quimera…
Ó como eu te senti minha,
nessa linda primavera…
 

TEU DESTINO ANDORINHA

 

Teu destino andorinha…

António Zumaia

 

É teu destino andorinha;
Tu nunca poderes amar,
voas pelos céus sozinha,
sem ninguém te acompanhar…

 

Fazes ninho nos beirais
e voas rasando as flores…
Imponente entre os pardais,
vais esquecendo os teus amores.

 

Voa… é o teu destino…
Tua beleza é airosa;
Voa nesse desatino,
mostrando como és formosa.

 

Asa negra minha vida,
somente podes voar…
Em minhas mãos, só ferida
e tanto te quero amar…

 

Asas negras que te levam,
da minha vida severa…
O meu destino encerram,
só voltas na primavera…

 

 

 

 

ANDORINHA E O TROVADOR

Andorinha e o Trovador…


António Zumaia


 
Sobe… sobe andorinha,
sobe até ao infinito;
Pois nesse voar sozinha,
não ouvirás o meu grito…
 
De tão longe tu vieste,
para os beirais de Lisboa;
Mas esse amor que tiveste,
não foi para ti coisa boa.
 
Quase perdeste o voar,
nos braços do trovador;
Te aninhaste junto ao mar,
nos seus braços com amor.
 
Fizeste o ninho e partiste;
Foi essa a tua vitória…
Pois o trovador bem triste,
ficou doente e sem glória.
 
Em lágrimas fez poema,
saudade da andorinha,
que voava bem serena,
pelos céus… mas bem sozinha.
 
 

TRISTE ANDORINHA


Triste andorinha…

António Zumaia

 

Chora andorinha da vida,
no trinar de uma guitarra…
Nessa melodia, querida
tua alegria se desgarra.

 

De tristeza o teu chilreio,
no teu vôo duro e triste…
Não colhes o que semeio,
pois dura vida… cumpriste.

 

O teu fado negra sina,
que o trovador arrastou…
Te deste como menina
e foi assim… que ele amou.

 

Foste nesse temporal
e foi triste, o teu voar.
Voas-te entre o bem e o mal,
tinhas mesmo de acabar.

 

Pobre andorinha querida,
não voas… para o trovador;
Ele quis-te dar a vida,
oferecendo o seu amor.

 

No teu vôo desgarrado,
caíste na tentação,
abandonaste teu fado
e veio a desilusão…

 

Chora agora andorinha,
nesse vôo sem alegria;
Nesse céu longo sozinha,
sem nenhuma companhia.

 

Mas o trovador não esquece
e faz as trovas à toa…
Ele pensa que merece,
encontrar-te em Lisboa…

 

 

 

VOA ANDORINHA


Voa andorinha…
António Zumaia

Morro por ti, porque viver não quero;
No teu cabelo perfume de estrelas…
Desvanecendo aos poucos… sou sincero,
delicias do teu corpo… quero tê-las.

O teu ser… a minha tela final,
poema que farei com muita dor.
Arranca deste peito o que está mal
e cantemos… lindo hino ao amor.

Cantaremos nesse brilhar da estrela,
o sonho feito vida quero ter…
Essa mulher… eu não quero perde-la,
nesse dias felizes, que viver.

Somos na vida, apenas um sonho;
Fugazes momentos para viver.
Este destino, que assim te proponho,
sei muito bem… o que vamos sofrer.

Voas para mim… andorinha da vida
e como ela, vens na primavera…
Serei o teu ninho, minha querida,
amar-te-ei… e ficarei, á espera.

Somos… como dois seres livres no amor,
bebendo a água, que a vida nos dá…
Mas voa andorinha de negra cor,
quando juntos… a vida florirá.

Nesse beijo selaremos a vida,
porque nossos lábios… farão loucura.
Nos meus braços te apertarei querida,
nesse encontro… que será de ternura.

Voa até mim andorinha querida,
descansa as tuas asas de voar…
Pára com essa loucura que é a vida,
Vem aos meus braços… para descansar.

Voa para meus braços… quero-te amar.