Triste andorinha…
António Zumaia
Chora andorinha da vida,
no trinar de uma guitarra…
Nessa melodia, querida
tua alegria se desgarra.
De tristeza o teu chilreio,
no teu vôo duro e triste…
Não colhes o que semeio,
pois dura vida… cumpriste.
O teu fado negra sina,
que o trovador arrastou…
Te deste como menina
e foi assim… que ele amou.
Foste nesse temporal
e foi triste, o teu voar.
Voas-te entre o bem e o mal,
tinhas mesmo de acabar.
Pobre andorinha querida,
não voas… para o trovador;
Ele quis-te dar a vida,
oferecendo o seu amor.
No teu vôo desgarrado,
caíste na tentação,
abandonaste teu fado
e veio a desilusão…
Chora agora andorinha,
nesse vôo sem alegria;
Nesse céu longo sozinha,
sem nenhuma companhia.
Mas o trovador não esquece
e faz as trovas à toa…
Ele pensa que merece,
encontrar-te em Lisboa…